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A Incorporadora Chinesa Mais Endividada do Mundo

Atualizado: 18 de nov. de 2021

Entenda o que é o Caso Evergrande e o que ele representa para o mercado financeiro e imobiliário mundial.

A incorporadora Evergrande Real Estate, parte do Evergrande Group, foi fundada em 1996, é a segunda maior empresa do setor na China, ocupando o 122º lugar dos maiores conglomerados segundo a Fortune Global 500, porém recentemente vem apresentando sinais preocupantes de crise financeira, o que gera um alerta para o mercado mundial, nos padrões do que aconteceu nos EUA em 2008, quando a Lehman Brothers faliu e levou com ela diversas outras empresas e investidores.


A empresa que iniciou como construtora, hoje atua não apenas no mercado imobiliário, mas também no ramo de seguros, carros elétricos, produção de grãos, azeite e laticínios e do esporte, após a aquisição do time de futebol Guangzhou FC (hoje Guangzhou Evergrande), que já teve inclusive Luiz Felipe Scolari como treinador. O conglomerado é avaliado em US$ 360 bilhões (equivalente a R$ 1,8 trilhões).


Analistas lembram que a questão política de propriedade na China é muito delicada, já que lá a terra é considerada patrimônio público e as concessões para construção tornaram-se uma fonte de arrecadação governamental. Além disso, esta situação pode ser uma oportunidade para o governo intervir no setor, controlando preços e financiamentos imobiliários.


A situação chegou a este ponto pois a incorporadora que representa os excessos da bolha imobiliária chinesa cresceu descontroladamente nas últimas décadas utilizando-se de crédito fácil para o desenvolvimento de projetos do grupo com dinheiro emprestado de bancos, clientes, fornecedores e funcionários. Ela utilizava o dinheiro que recebia dos investidores para refinanciar suas próprias dívidas, até chegar ao ponto atual em que a dívida alcança US$ 309 bilhões (equivalente a R$ 1,5 trilhão). A Evergrande manifestou ao mercado financeiro a alguns dias sua preocupação de não conseguir pagar a dívida e vem desde então tentando encontrar meios para reduzir este quadro.


As repercussões disso no Brasil já estão sendo sentidas pois a China tornou-se o principal parceiro econômico, representando 32,4% das nossas exportações e 21,9% das nossas importações no ano de 2020. Apenas considerando o risco de “calote”, o minério de ferro já teve uma queda de 9% em seu preço, afetando por reflexo as ações da Bolsa brasileira.


Porém, para tranquilizar um pouco o mercado, especialistas dizem que não deve acontecer o mesmo colapso econômico vivenciado nos EUA em 2008, pois a dívida da Lehman Brothers era com bancos globais, enquanto que a dívida da Evergrande está diretamente relacionada com o governo local, que possui condições de adotar medidas para conter e evitar uma expansão global como a de 2008. Especula-se que antes de uma contaminação maior, o governo chinês faça uma intervenção e impeça a propagação da crise, salvando os bancos e até a Evergrande, se for de seu interesse.


Embora seja uma crise originada pelo setor imobiliário, neste ponto ela se distancia do setor e ganha um cunho muito mais financeiro, apesar disso, permanece o alerta para quem está comprando ou vendendo imóveis, pois os desdobramentos do caso podem sim ter algum tipo de efeito cascata no mercado brasileiro.



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